sexta-feira, 22 de abril de 2011

Dia da Terra – 22 de Março de 2011

Hoje somos 6 913 788 985 habitantes no planeta Terra. Amanhã seremos já cerca de 6 913 998 401 terráqueos. Depois de amanhã este número crescerá em mais de 200 000 seres humanos...

Como grande motor dos desequilíbrios ambientais e sociais, o crescimento populacional global na Terra coloca em evidência a necessidade de procurar respostas racionais aos problemas que, sem pronta resposta, se colocarão sempre de uma forma mais agravada à medida que o tempo passa.

A adopção de práticas eco-eficientes, que procuram uma utilização eficiente dos recursos naturais, é um exemplo de resposta, entre um conjunto de saídas possíveis, com a particularidade de permitir aos produtores de bens e serviços ganhos marginais.

Nos Açores, onde a qualidade ambiental se pretende que constitua uma marca distintiva da Região, e embora sem perspectivas demográficas que indiciem sobrecargas desastrosas, também é necessário colocar as politicas ambientais no centro das preocupações, para que a distância entre a realidade e o eco do marketing não se alargue.

Neste contexto, e debalde a crise económica global, e os seus reflexos nacionais e regionais, não se podem nem transferir os custos decorrentes da inexistência de politicas ambientais efectivas para o futuro, a pretexto das dificuldades contemporâneas, pois simplesmente o seu valor será inexoravelmente superior mais à frente, nem apostar tudo em mudanças orgânicas e institucionais que nada acrescentam em eficácia às políticas ambientais, e interrompem uma caminhada já iniciada neste domínio que, apesar de todas as tergiversações, não deixou de ser no sentido correcto.

sábado, 10 de abril de 2010

Competitividade vs. Território

Foi anunciada a elaboração da "Carta Regional da Competitividade", promovida pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada e que conta com o apoio governamental. Do que ouvi, ou depreendi, resta-me uma preocupação: a dimensão territorial vai ser devidamente considerada? Uma leitura atenta do Plano Regional de Ordenamento do Território não deixará de ser imprescindível.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Números "esquisitos"

Regressou à imprensa o novo "mito" de que os açorianos consomem mais de 300 litros de água por dia, valor muito superior ao volume estimado no Plano Regional da Água para o consumo doméstico, e que resulta aparentemente da leitura enviesada das estatísticas oficiais - a outra hipótese plausível, é colocar em causa o próprio número...
Importa saber como, no decurso da determinação daquele valor, se desagregaram o volume de água para abastecimento doméstico daquele cujo destino é a agro-pecuária? Ou a indústria? Outra questão incide em como foram estimadas as perdas desde a origem até às nossas torneiras caseiras... Se porventura, como parece, os tais 300 e tal litros por dia resultaram da divisão do volume de água produzido pelos residentes, importa então explicar à imprensa, e aos açorianos, que efectivamente não consomem em sua cada aquele valor por dia.
Mais importante que tudo é definitivamente desenvolver uma política pública tendente ao uso eficiente da água!

sexta-feira, 12 de março de 2010

PROTA

Confesso não perceber a candura inocente com que algumas personalidades têm expresso a sua opinião relativamente à proposta de Plano Regional de Ordenamento do Território dos Açores (PROTA), que se encontra em fase de apreciação final na Assembleia Legislativa Regional. Ainda na passada edição de 10 de Março do “Açoriano Oriental”, o Deputado Aníbal Pires exigia um debate aprofundado sobre o documento, o que se por princípio é consensual não deixa de ser estranho face à completa falta de sentido de timing na intervenção!
O período de participação pública do PROTA decorreu entre 15 de Maio a 18 de Julho de 2008 e, entre sessões públicas, anúncios nos principais órgão de comunicação social, sítios na Internet, 27 locais de exposição e até mesmo um programa de debate na RTP-Açores, só mesmo por manifesta desatenção terá sido possível passar alheado deste processo. Por outro lado a elaboração foi acompanhada por forças vivas da Região, incluindo a Associação de Municípios, a quem reiteradamente se pediram pareceres.
Porventura será bom, em especial para quem tem especiais responsabilidades públicas, não andar tão desatento…

domingo, 7 de março de 2010

Idade da informação

Com as dores de parto inerentes à transição para uma nova economia – a Era da Informação, como foi designada pela economista Carlota Pérez (Universidade de Cambridge) – cá “vamos andando” neste trilho para outro paradigma…
No seu livro sobre as revoluções tecnológicas, que são pontuadas ao longo do seu trajecto pela emergência de crises várias, Carlota Pérez aborda a actual Era da informação, datando o seu início no ano de 1971, a que se sucedeu uma fase de três décadas de “instalação” e a actual passagem para um período em que as tecnologias de informação serão capazes de assegurar um salto real na qualidade de vida de todos nós.
Contudo, e sem padecer de uma crise de ingenuidade aguda, o livro recentemente editado no nosso país “Milionários acidentais. A criação do Facebook: uma história de génios, sexo, dinheiro e traição”, de Ben Mezrich (Lua de Papel, 2010), vai mais longe do que uma mera história com grande potencial para uma adaptação ao cinema. De facto, se a criação do Facebook é um hino ao engenho humano, e um exemplo da revolução proporcionada pela Internet, também revela o lado mais sórdido das relações humanas.
Fica então a questão: a emergência desta nova era da informação implicará a erosão social? Será acompanhada também por uma nova realidade a este nível? Esperemos para ver.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Exposição na BPAR
A evolução do conhecimento sobre a história natural dos Açores motiva uma exposição na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, patente até 18 de Maio de 2010.
A ciência é feita por pessoas, mais comuns do que todas as efabulações que são construídas fazem supor, que, com as ferramentas e metodologias de que dispõem na altura, vão apreendendo e codificando o mundo que as rodeia. Ora, a exposição "O futuro tem um passado" é exactamente construída sobre as contribuições de algumas destas figuras, e até as suas inter-relações, o que se transforma num poderoso factor de motivação para que os jovens enveredem por um carreira profissional na área das ciências naturais e tecnológicas. Quem não se entusiasma com um exemplo positivo?
Nem que fosse só por isso, quando o mundo ocidental se debate com falta de cientistas e engenheiros, aqui fica esta chamada de atenção para uma visita atenta a esta mostra.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cheias na Madeira

Para além da inarrável miséria humana e devastação provocadas na ilha da Madeira pelas enormes chuvadas do dia que agora finda, que para muitos infelizmente se tornou mais longo que a normal medida do tempo, importa não esquecer que, não obstante se tratarem dos resultados de um fenómeno natural, os efeitos deste último são sempre amplificados pela errada ocupação do território.
A solução - ou antes, a lição - passará sempre por um planeamento do uso do solo adequado, com instrumentos de gestão territorial que não sejam "passados a ferro" desde o momento da sua aprovação. Lamentavelmente, apesar de no imediato, após qualquer problema como o que hoje se passou, todos referirem a necessidade de ocupar racionalmente o território, depressa tal é esquecido. Até à próxima!