sexta-feira, 12 de março de 2010

PROTA

Confesso não perceber a candura inocente com que algumas personalidades têm expresso a sua opinião relativamente à proposta de Plano Regional de Ordenamento do Território dos Açores (PROTA), que se encontra em fase de apreciação final na Assembleia Legislativa Regional. Ainda na passada edição de 10 de Março do “Açoriano Oriental”, o Deputado Aníbal Pires exigia um debate aprofundado sobre o documento, o que se por princípio é consensual não deixa de ser estranho face à completa falta de sentido de timing na intervenção!
O período de participação pública do PROTA decorreu entre 15 de Maio a 18 de Julho de 2008 e, entre sessões públicas, anúncios nos principais órgão de comunicação social, sítios na Internet, 27 locais de exposição e até mesmo um programa de debate na RTP-Açores, só mesmo por manifesta desatenção terá sido possível passar alheado deste processo. Por outro lado a elaboração foi acompanhada por forças vivas da Região, incluindo a Associação de Municípios, a quem reiteradamente se pediram pareceres.
Porventura será bom, em especial para quem tem especiais responsabilidades públicas, não andar tão desatento…

domingo, 7 de março de 2010

Idade da informação

Com as dores de parto inerentes à transição para uma nova economia – a Era da Informação, como foi designada pela economista Carlota Pérez (Universidade de Cambridge) – cá “vamos andando” neste trilho para outro paradigma…
No seu livro sobre as revoluções tecnológicas, que são pontuadas ao longo do seu trajecto pela emergência de crises várias, Carlota Pérez aborda a actual Era da informação, datando o seu início no ano de 1971, a que se sucedeu uma fase de três décadas de “instalação” e a actual passagem para um período em que as tecnologias de informação serão capazes de assegurar um salto real na qualidade de vida de todos nós.
Contudo, e sem padecer de uma crise de ingenuidade aguda, o livro recentemente editado no nosso país “Milionários acidentais. A criação do Facebook: uma história de génios, sexo, dinheiro e traição”, de Ben Mezrich (Lua de Papel, 2010), vai mais longe do que uma mera história com grande potencial para uma adaptação ao cinema. De facto, se a criação do Facebook é um hino ao engenho humano, e um exemplo da revolução proporcionada pela Internet, também revela o lado mais sórdido das relações humanas.
Fica então a questão: a emergência desta nova era da informação implicará a erosão social? Será acompanhada também por uma nova realidade a este nível? Esperemos para ver.